RESOLUÇÃO RDC Nº 185/2001 – ATUALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO DE PRODUTOS CORRELATOS

RESOLUÇÃO-RDC Nº. 185, DE 22 DE OUTUBRO DE 2001

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do
Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 10 de outubro de 2001,
considerando a necessidade de atualizar os procedimentos para registro de produtos “correlatos” de que trata a Lei n.º 6.360, de
23 de setembro de 1976, o Decreto n.º 79.094, de 5 de janeiro de 1977 e a Portaria Conjunta SVS/SAS n.º 1, de 23 de janeiro de
1996;
considerando a necessidade de internalizar a Resolução GMC nº. 40/00 do Mercosul, que trata do registro de produtos médicos,
adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu Diretor-Presidente, determino a sua publicação.
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico que consta no anexo desta Resolução, que trata do registro, alteração,
revalidação e cancelamento do registro de produtos médicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA .
Parágrafo único. Outros produtos para saúde, definidos como “correlatos” pela Lei nº. 6.360/76 e Decreto nº
79.094/77, equiparam-se aos produtos médicos para fins de aplicação desta Resolução, excetuando-se os reagentes
para diagnóstico de uso in-vitro.
Art. 2º O fabricante ou importador de produto médico deve apresentar à ANVISA os documentos para registro,
alteração, revalidação ou cancelamento do registro, relacionados nos itens 5,6,9,10 e 11 da Parte 3 do Regulamento
anexo a esta Resolução.
§ 1º As seguintes informações, previstas nos documentos referidos neste artigo, além de apresentadas em texto,
devem ser entregues em meio eletrônico para disponibilização pela ANVISA em seu “site” na rede mundial de
comunicação:
a) Dados do fabricante ou importador e dados do produto, indicados no Formulário contido no Anexo III.A do
Regulamento Técnico;
b) Rótulos e instruções de uso, descritos no Anexo III.B do Regulamento Técnico.
§ 2º O distribuidor de produto médico que solicitar registro de produto fabricado no Brasil, equipara-se a importador
para fins de apresentação da documentação referida neste artigo.
Art. 3º O fabricante ou importador de produtos dispensados de registro, que figurem em relações elaboradas pela
ANVISA, conforme previsto na Lei nº. 6.360/76 e Decreto nº. 79.094/77, deve cadastrar seus produtos na Agência,
apresentando, além da taxa de vigilância sanitária correspondente, as informações requeridas no § 1º do Art. 2º
desta Resolução.
Parágrafo único. A alteração, revalidação ou cancelamento do cadastro de produto referido neste artigo, deve adotar
os mesmos procedimentos previstos nos itens 9, 10, 11 e 13 da Parte 3 do Regulamento anexo a esta Resolução,
estando sujeito às disposições das Partes 4 e 5 deste Regulamento.
Art. 4º No caso de equipamento médico, o fabricante ou importador deve fixar de forma indelével em local visível na
parte externa do equipamento, no mínimo as seguintes informações de rotulagem:
a) identificação do fabricante (nome ou marca);
b) identificação do equipamento (nome e modelo comercial);
c) número de série do equipamento;
d) número de registro do equipamento na ANVISA.
Art 5º A petição de revalidação de registro de produto médico protocolada após a data de publicação desta
resolução, deve adequar as informações do processo original às disposições desta Resolução e às prescrições de
regulamento técnico específico para o produto, publicado durante a vigência de seu registro.
Art. 6º As petições de registro, isenção, alteração, revalidação ou cancelamento de registro protocoladas na ANVISA
anteriormente à publicação desta Resolução, estão sujeitas às disposições da Portaria Conjunta SVS/SAS nº 1/96 e
Portaria SVS nº 543/97.
Art. 7º Esta Resolução de Diretoria Colegiada entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Fica revogada a Portaria Conjunta SVS/SAS nº 1, de 23 de janeiro de 1996 e a Portaria SVS nº 543, de 29 de
outubro de 1997.
GONZALO VECINA NETO
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO
REGISTRO, ALTERAÇÃO, REVALIDAÇÃO OU CANCELAMENTO DO REGISTRO DE PRODUTOS MÉDICOS
PARTE 1 – Abrangência e Definições
1. As disposições deste documento são aplicáveis aos fabricantes e importadores de produtos médicos.
2. A classificação, os procedimentos e as especificações descritas neste documento, para fins de registro, se aplicam
aos produtos médicos e seus acessórios, segundo definido no Anexo I.
3. Para os propósitos deste documento, são adotadas as definições estabelecidas em seu Anexo I.
4. Este documento não é aplicável a produtos médicos usados ou recondicionados.
PARTE 2 – Classificação
1. Os produtos médicos, objeto deste documento, estão enquadrados segundo o risco intensivo que representam à
saúde do consumidor, paciente, operador ou terceiros envolvidos, nas Classes I, II, III ou IV. Para enquadramento
do produto médico em uma destas classes, devem ser aplicadas as regras de classificação descritas no Anexo II
deste documento.
2. Em caso de dúvida na classificação resultante da aplicação das regras descritas no Anexo II, será atribuição da
ANVISA o enquadramento do produto médico.
3. As regras de classificação descritas no Anexo II deste documento, poderão ser atualizadas de acordo com os
procedimentos administrativos adotados pela ANVISA, tendo em conta o progresso tecnológico e as informações de
eventos adversos ocorridos com o uso ou aplicação do produto médico.
PARTE 3 – Procedimentos para Registro
1. É obrigatório o registro de todos produtos médicos indicados neste documento, exceto aqueles produtos referidos
nos itens 2, 3 e 12 seguintes.
2. Estão isentos de registro os produtos médicos submetidos a pesquisa clínica, cumpridas as disposições legais da
autoridade sanitária competente para realização desta atividade, estando proibida sua comercialização e/ou uso para
outros fins.
3. Estão isentas de registro as novas apresentações constituídas de um conjunto de produtos médicos registrados e
em suas embalagens individuais de apresentação íntegras, devendo conter no rótulo e/ou instruções de uso as
informações de registro dos produtos médicos correspondentes.
4. A ANVISA concederá o registro para família de produtos médicos.
5. Os fabricantes ou importadores para solicitarem o registro de produtos médicos enquadrados nas classes II, III e
IV, devem apresentar à ANVISA, os seguintes documentos:
a) Comprovante de pagamento da taxa de vigilância sanitária correspondente.
b) Informações para identificação do fabricante ou importador e seu produto médico, descritas nos Anexos III.A,
III.B e III.C deste documento, declaradas e assinadas pelo responsável legal e pelo responsável técnico.
c) Cópia de autorização do fabricante ou exportador no exterior, para o importador comercializar seu produto médico
no País. Quando autorizado pelo exportador, o importador deverá demonstrar a relação comercial entre o exportador
e o fabricante.
d) Para produtos médicos importados, comprovante de registro ou do certificado de livre comércio ou documento
equivalente, outorgado pela autoridade competente de países onde o produto médico é fabricado e/ou
comercializado.
e) Comprovante de cumprimento das disposições legais determinadas nos regulamentos técnicos, na forma da
legislação da ANVISA que regulamenta os produtos médicos.
6. Os fabricantes ou importadores que solicitarem o registro de produtos médicos enquadrados na classe I, devem
apresentar à ANVISA os documentos indicados nos itens 5(a), 5(b) e 5(e).
7. A ANVISA avaliará a documentação apresentada para registro, alteração ou revalidação do registro e se
manifestará através de publicação no Diário Oficial da União – DOU.
8. A avaliação da documentação será realizada nos prazos e condições legais previstas na legislação sanitária.
9. Para solicitar a alteração do registro de produto médico, o fabricante ou importador deve apresentar no mínimo o
documento requerido no item 5(a), Anexo III.A preenchido e demaisdocumentos exigidos para o registro original do
produto, cuja informação foi modificada.
10. Para solicitar a revalidação do registro de produto médico, o fabricante ou importador deve apresentar o
documento requerido no item 5(a), assim como o Anexo III.A preenchido. Esta informação deverá ser apresentada
no prazo previsto pela legislação sanitária, o que não interromperá a comercialização do produto até o vencimento
de seu registro.
11. O fabricante ou importador detentor do registro de produto médico, pode solicitar o cancelamento do registro
mediante a apresentação do Anexo III.A preenchido.
12. Está isento de registro o acessório produzido por um fabricante exclusivamente para integrar produto médico de
sua fabricação já registrado e cujo relatório técnico (Anexo III.C) do registro deste produto, contenha informações
sobre este acessório. Os novos acessórios poderão ser anexados ao registro original, detalhando os fundamentos de
seu funcionamento, ação e conteúdo, na forma do item 9 da Parte 3 deste documento.
13. O registro de produtos de saúde terá validade por 5 (cinco) anos, podendo ser revalidado sucessivamente por
igual período.
PARTE 4 – Conformidade às Informações
1. Qualquer alteração realizada pelo fabricante ou importador nas informações previstas neste regulamento, referidas
no item 5 da Parte 3 deste documento, deve ser comunicada à ANVISA dentro de 30 (trinta) dias úteis, na forma do
item 9 da Parte 3 deste documento.
2. Toda comunicação ou publicidade do produto médico veiculada no mercado de consumo, deve guardar estrita
concordância com as informações apresentadas pelo fabricante ou importador à ANVISA.
PARTE 5 – Sanções Administrativas
1. Como medida de ação sanitária e a vista de razões fundamentadas, a ANVISA suspenderá o registro de produto
médico nos casos em que:
a) for suspensa, por razão de segurança devidamente justificada, a validade de qualquer um dos documentos
referidos no item 5 da Parte 3 deste documento;
b) for comprovado o não cumprimento de qualquer exigência da Parte 4 deste regulamento;
c) o produto estiver sob investigação pela autoridade sanitária competente, quanto a irregularidade ou defeito do
produto ou processo de fabricação, que represente risco à saúde do consumidor, paciente, operador ou terceiros
envolvidos, devidamente justificada.
2. A ANVISA cancelará o registro do produto médico nos casos em que:
a) for comprovada a falsidade de informação prestada em qualquer um dos documentos a que se refere o item 5 da
Parte 3 deste regulamento, ou for cancelado algum daqueles documentos pela ANVISA;
b) for comprovada pela ANVISA de que o produto ou processo de fabricação pode apresentar risco à saúde do
consumidor, paciente, operador ou terceiros envolvidos.
3. A suspensão do registro de produto médico será publicada no Diário Oficial da União – DOU pela ANVISA e será
mantida até a solução do problema que ocasionou a sanção e sua anulação será comunicada através do DOU.
4. O cancelamento do registro de produto de saúde será publicado no DOU pela ANVISA.
ANEXO I
DEFINIÇÕES
As definições seguintes aplicam-se exclusivamente a este documento, podendo ter significado distinto em outro
contexto.
01 – Acessório: Produto fabricado exclusivamente com o propósito de integrar um produto médico, outorgando a
esse produto uma função ou característica técnica complementar.
02 – Consumidor: Pessoa física que utiliza um produto médico como destinatário final.
03 – Fabricante: Qualquer pessoa que projeta, fabrica, monta ou processa no País um produto médico acabado,
incluindo terceiros autorizados para esterilizar, rotular e/ou embalar este produto.
04 – Família de produtos médicos: Conjunto de produtos médicos, onde cada produto possui as características
técnicas descritas nos itens 1.1, 1.2 e 1.3 do Relatório Técnico (Anexo III.C) semelhantes.
05 – Instruções de uso: Manuais, prospectos e outros documentos que acompanham o produto médico, contendo
informações técnicas sobre o produto.
06 – Importador: Pessoa jurídica, pública ou privada, que desenvolve atividade de ingressar no País produto médico
fabricado fora do mesmo07 – Instrumento cirúrgico reutilizável: Instrumento destinado a uso cirúrgico para cortar,
furar, serrar, fresar, raspar, grampear, retirar, pinçar ou realizar qualquer outro procedimento similar, sem conexão
com qualquer produto médico ativo e que pode ser reutilizado após ser submetido a procedimentos apropriados.
08 – Lote: Quantidade de um produto médico elaborada em um ciclo de fabricação ou esterilização, cuja
característica essencial é a homogeneidade.
09 – Operador: Pessoa que desenvolve atividade profissional utilizando um produto médico.
10 – Orifício do corpo: Qualquer abertura natural do corpo humano, incluindo a cavidade ocular ou qualquer abertura
artificialmente criada tal como um estoma.
11 – Pesquisa clínica: Investigação utilizando seres humanos, destinada a verificar o desempenho, segurança e
eficácia de um produto para saúde, na forma da legislação sanitária que dispõe sobre esta matéria.
12 – Prazos: Transitório: Até 60 minutos de uso contínuo.
Curto prazo: Até 30 dias de uso contínuo.
Longo prazo: Maior que 30 dias de uso contínuo.
13 – Produto médico: Produto para a saúde, tal como equipamento, aparelho, material, artigo ou sistema de uso ou
aplicação médica, odontológica ou laboratorial, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou
anticoncepção e que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico para realizar sua principal função em
seres humanos, podendo entretanto ser auxiliado em suas funções por tais meios.
13.1 – Produto médico ativo: Qualquer produto médico cujo funcionamento depende fonte de energia elétrica ou
qualquer outra fonte de potência distinta da gerada pelo corpo humano ou gravidade e que funciona pela conversão
desta energia. Não são considerados produtos médicos ativos, os produtos médicos destinados a transmitir energia,
substâncias ou outros elementos entre um produto médico ativo e o paciente, sem provocar alteração significativa.
13.2 – Produto médico ativo para diagnóstico: Qualquer produto médico ativo, utilizado isoladamente ou em
combinação com outros produtos médicos, destinado a proporcionar informações para a detecção, diagnóstico,
monitoração ou tratamento das condições fisiológicas ou de saúde, enfermidades ou deformidades congênitas.
13.3 – Produto médico ativo para terapia: Qualquer produto médico ativo, utilizado isoladamente ou em combinação
com outros produtos médicos, destinado a sustentar, modificar, substituir ou restaurar funções ou estruturas
biológicas, no contexto de tratamento ou alívio de uma enfermidade, lesão ou deficiência.
13.4 – Produto médico de uso único: Qualquer produto médico destinado a ser usado na prevenção, diagnóstico,
terapia, reabilitação ou anticoncepção, utilizável somente uma vez, segundo especificado pelo fabricante.
13.5 – Produto médico implantável: Qualquer produto médico projetado para ser totalmente introduzido no corpo
humano ou para substituir uma superfície epitelial ou ocular, por meio de intervenção cirúrgica, e destinado a
permanecer no local após a intervenção. Também é considerado um produto médico implantável, qualquer produto
médico destinado a ser parcialmente introduzido no corpo humano através de intervenção cirúrgica e permanecer
após esta intervenção por longo prazo.
13.6 – Produto médico invasivo: Produto médico que penetra total ou parcialmente dentro do corpo humano, seja
através de um orifício do corpo ou através da superfície corporal.
13.7 – Produto médico invasivo cirurgicamente: Produto médico invasivo que penetra no interior do corpo humano
através da superfície corporal por meio ou no contexto de uma intervenção cirúrgica.
14 – Responsável legal: Pessoa física com poderes suficientes para representar um fabricante ou importador, seja em
virtude de caráter societário ou por delegação.
15 – Responsável técnico: Profissional de nível superior, capacitado nas tecnologias que compõem o produto,
responsável pelas informações técnicas apresentadas pelo fabricante ou importador e pela qualidade, segurança e
eficácia do produto comercializado.
16 – Rótulo: Identificação impressa aplicada diretamente sobre a embalagem do produto médico.
17 – Sistema circulatório central: Inclui os seguintes vasos: artérias pulmonares, aorta ascendente, artérias
coronárias, artéria carótida primitiva, artéria corótida interna, artéria carótida externa, artérias cerebrais, tronco
braquiocefálico, veias cardíacas, veias pulmonares, veia cava superior e veia cava inferior.
18 – Sistema nervoso central: Inclui o cérebro, cerebelo, bulbo e medula espinal.
ANEXO II
CLASSIFICAÇÃO
I. Aplicação
1. A aplicação das regras de classificação deve ser regida pela finalidade prevista dos produtos médicos.
2. Se um produto médico se destina a ser usado em combinação com outro produto médico, as regras de
classificação serão aplicadas a cada um dos produtos médicos separadamente. Os acessórios serão classificados por
sí mesmos, separadamente dos produtos médicos com os quais são utilizados.
3. Os suportes lógicos (software) que comandam um produto médico ou que tenham influência em seu uso, se
enquadrarão automaticamente na mesma classe.
4. Se um produto médico não se destina a ser utilizado exclusiva ou principalmente em uma parte específica do
corpo, deverá ser considerado para sua classificação seu uso mais crítico.
5. Se a um mesmo produto médico são aplicáveis várias regras, considerando o desempenho atribuído pelo
fabricante, se aplicarão as regras que conduzam a classificação mais elevada.
6. Para fins da aplicação desta classificação de produtos médicos à legislação aprovada anteriormente a este
documento, se procederá da seguinte forma :
a)Classe 1 anterior corresponde à Classe I deste documento;
b)Classe 2 anterior corresponde à Classe II deste documento;
c)Classe 3 anterior corresponde às Classes III e IV deste documento.
II. Regras
1. Produtos Médicos Não-Invasivos
Regra 1
Todos produtos médicos não invasivos estão na classe I, exceto aqueles aos quais se aplicam as regras a seguir.
Regra 2
Todos produtos médicos não-invasivos destinados ao armazenamento ou condução de sangue, fluidos ou tecidos
corporais, líquidos ou gases destinados a perfusão, administração ou introdução no corpo, estão na Classe II:
a)se puderem ser conectados a um produto médico ativo da Classe II ou de uma Classe superior;
b)se forem destinados a condução, armazenamento ou transporte de sangue ou de outros fluidos corporais ou
armazenamento de órgãos, partes de órgãos ou tecidos do corpo;
em todos outros casos pertencem à Classe I.
Regra 3
Todos produtos médicos não-invasivos destinados a modificar a composição química ou biológica do sangue, de
outros fluidos corporais ou de outros líquidos destinados a introdução ao corpo, estão na Classe III, exceto se o
tratamento consiste de filtração, centrifugação ou trocas de gases ou de calor, nestes casos pertencem à Classe II.
Regra 4
Todos produtos médicos não-invasivos que entrem em contato com a pele lesada:
a) enquadram-se na Classe I se estão destinados a ser usados como barreira mecânica, para compressão ou para
absorção de exsudados;
b) enquadram-se na Classe III se estão destinados a ser usados principalmente em feridas que tenham produzido
ruptura da derme e que somente podem cicatrizar por segunda intenção;
c) enquadram-se na Classe II em todos outros casos, incluindo os produtos médicos destinados principalmente a
atuar no micro-entorno de uma ferida.
2. Produtos Médicos Invasivos
Regra 5
Todos produtos médicos invasivos aplicáveis aos orifícios do corpo, exceto os produtos médicos invasivos
cirurgicamente, que não sejam destinados a conexão com um produto médico ativo:
a) enquadram-se na Classe I se forem destinados a uso transitório;
b) enquadram-se na Classe II se forem destinados a uso de curto prazo, exceto se forem usados na cavidade oral
até a faringe, no conduto auditivo externo até o tímpano ou na cavidade nasal, nestes casos enquadram-se na Classe
I;
c) enquadram-se na Classe III se forem destinados a uso de longo prazo, exceto se forem usados na cavidade oral
até a faringe, no conduto auditivo externo até o tímpano ou na cavidade nasal e não forem absorvíveis pela
membrana mucosa, nestes casos enquadram-se na Classe II.
Todos produtos médicos invasivos aplicáveis aos orifícios do corpo, exceto os produtos médicos invasivos
cirurgicamente, que se destinem a conexão com um produto médico ativo da Classe II ou de uma Classe superior,
enquadram-se na Classe II.
Regra 6
Todos produtos médicos invasivos cirurgicamente de uso transitório enquadram-se na Classe II, exceto se:
a) se destinarem especificamente ao diagnóstico, monitoração ou correção de disfunção cardíaca ou do sistema
circulatório central, através de contato direto com estas partes do corpo, nestes casos enquadram-se na Classe IV;
b) forem instrumentos cirúrgicos reutilizáveis, nestes casos enquadram-se na Classe I;
c) se destinarem a fornecer energia na forma de radiações ionizantes, caso em que enquadram-se na Classe III;
d) se destinarem a exercer efeito biológico ou a ser totalmente ou em grande parte absorvidos, nestes casos
pertencem à Classe III;
e) se destinarem a administração de medicamentos por meio de um sistema de infusão, quando realizado de forma
potencialmente perigosa, considerando o modo de aplicação, neste caso enquadram-se na Classe III.
Regra 7
Todos produtos médicos invasivos cirurgicamente de uso a curto prazo enquadram-se na Classe II, exceto no caso
em que se destinem:
a) especificamente ao diagnóstico, monitoração ou correção de disfunção cardíaca ou do sistema circulatório central,
através de contato direto com estas partes do corpo, nestes casos enquadram-se na Classe IV; ou
b) especificamente a ser utilizados em contato direto com o sistema nervoso central, neste caso enquadram-se na
Classe IV; ou
c) a administrar energia na forma de radiações ionizantes, neste caso enquadram-se na Classe III; ou
d) a exercer efeito biológico ou a ser totalmente ou em grande parte absorvidos, nestes casos enquadram-se na
Classe IV; ou
e) a sofrer alterações químicas no organismo ou para administrar medicamentos, excluindo-se os produtos médicos
destinados a ser colocados dentro dos dentes, neste caso pertencem à Classe III.
Regra 8
Todos produtos médicos implantáveis e os produtos médicos invasivos cirurgicamente de uso a longo prazo
enquadram-se na Classe III, exceto no caso de se destinarem:
a) a ser colocados nos dentes, neste caso pertencem à Classe II;
b) a ser utilizados em contato direto com o coração, sistema circulatório central ou sistema nervoso central, neste
caso pertencem à Classe IV;
c) a produzir um efeito biológico ou a ser absorbidos, totalmente ou em grande parte, neste caso pertencem à Classe
IV;
d) a sofrer uma transformação química no corpo ou administrar medicamentos, exceto se forem destinados a ser
colocados nos dentes, neste casos pertencem à Classe IV.
3. Regras Adicionais Aplicáveis a Produtos Médicos Ativos
Regra 9
Todos produtos médicos ativos para terapia destinados a administrar ou trocar energia enquadram-se na Classe II,
exceto se suas características são tais que possam administrar ou trocar energia com o corpo humano de forma
potencialmente perigosa, considerando-se a natureza, a densidade e o local de aplicação da energia, neste caso
enquadram-se na Classe III.
Todos produtos ativos destinados a controlar ou monitorar o funcionamento de produtos médicos ativos para terapia
enquadrados na Classe III ou destinados a influenciar diretamente no funcionamento destes produtos, enquadram-se
na Classe III.
Regra 10
Os produtos médicos ativos para diagnóstico ou monitoração estão na Classe II:
a) caso se destinem a administrar energia a ser absorvida pelo corpo humano, exceto os produtos médicos cuja
função seja iluminar o corpo do paciente no espectro visível;
b) caso se destinem a produzir imagens “in-vivo” da distribuição de radiofármacos;
c) caso se destinem ao diagnóstico direto ou a monitoração de processos fisiológicos vitais, a não ser que se
destinem especificamente à monitoração de parâmetros fisiológicos vitais, cujas variações possam resultar em risco
imediato à vida do paciente, tais como variações no funcionamento cardíaco, da respiração ou da atividade do
sistema nervoso central, neste caso pertencem à Classe III.
Os produtos médicos ativos destinados a emitir radiações ionizantes, para fins radiodiagnósticos ou
radioterapêuticos, incluindo os produtos destinados a controlar ou monitorar tais produtos médicos ou que
influenciam diretamente no funcionamento destes produtos, enquadram-se na Classe III.
Regra 11
Todos produtos médicos ativos destinados a administrar medicamentos, fluidos corporais ou outras substâncias do
organismo ou a extraí-los deste, enquadram-se na Classe II, a não ser que isto seja realizado de forma
potencialmente perigosa, considerando a natureza das substâncias, a parte do corpo envolvida e o modo de
aplicação, neste caso enquadram-se na Classe III.
Regra 12
Todos os demais produtos médicos ativos enquadram-se na Classe I.
4. Regras Especiais
Regra 13
Todos produtos médicos que incorporem como parte integrante uma substância, que utilizada separadamente possa
ser considerada um medicamento, e que possa exercer sobre o corpo humano uma ação complementar à destes
produtos, enquadram-se na Classe IV.
Regra 14
Todos produtos médicos utilizados na contracepção ou para prevenção da transmissão de doenças sexualmente
transmissíveis, enquadram-se na Classe III, a não ser que se trate de produtos médicos implantáveis ou de produtos
médicos invasivos destinados a uso de longo prazo, neste caso pertencem à classe IV.
Regra 15
Todos produtos médicos destinados especificamente a desinfectar, limpar, lavar e, se necessário, hidratar lentes de
contato, enquadram-se na Classe III.
Todos produtos médicos destinados especificamente a desinfectar outros produtos médicos, enquadram-se na Classe
II.
Esta regra não se aplica aos produtos destinados à limpeza de produtos médicos, que não sejam lentes de contato,
por meio de ação física.
Regra 16
Os produtos médicos não-ativos destinados especificamente para o registro de imagens radiográficas para
diagnóstico, enquadram-se na Classe II.
a) Classe I atual Corresponde a classe I anterior;
Regra 17
Todos produtos médicos que utilizam tecidos de origem animal ou seus derivados tornados inertes, enquadram-se na
Classe IV, exceto quando tais produtos estejam destinados unicamente a entrar em contato com a pele intacta.
Regra 18
Não obstante o disposto nas outras regras, as bolsas de sangue enquadram-se na Classe III.

anexo2_a_185_01

ANEXO III.B
INFORMAÇÕES DOS RÓTULOS E INSTRUÇÕES DE USO DE PRODUTOS MÉDICOS

1.Requisitos Gerais
1.1. As informações que constam no rótulo e nas instruções de uso devem estar escritas no idioma português.
1.2. Todos os produtos médicos devem incluir em suas embalagens as instruções de uso. Excepcionalmente, estas
instruções podem não estar incluídas nas embalagens dos produtos enquadrados nas Classes I e II, desde que a
segurança de uso destes produtos possa ser garantida sem tais instruções.
1.3. As informações necessárias para o uso correto e seguro do produto médico devem figurar, sempre que possível
e adequado, no próprio produto e/ou no rótulo de sua embalagem individual, ou, na inviabilidade disto, no rótulo de
sua embalagem comercial. Se não for possível embalar individualmente cada unidade, estas informações devem
constar nas instruções de uso que acompanham um ou mais produtos médicos.
1.4. Quando apropriado, as informações podem ser apresentadas sob a forma de símbolos e/ou cores. Os símbolos e
cores de identificação utilizados, devem estar em conformidade com os regulamentos ou normas técnicas. Caso não
existam regulamentos ou normas, os símbolos e cores devem estar descritos na documentação que acompanha o
produto médico.
1.5. Se em um regulamento técnico específico de um produto médico houver necessidade de informações
complementares devido à especificidade do produto, estas devem ser incorporadas ao rótulo ou às instruções de uso,
conforme aplicável.
2. Rótulos
O modelo do rótulo deve conter as seguintes informações:
2.1 A razão social e endereço do fabricante e do importador, conforme o caso.
2.2 As informações estritamente necessárias para que o usuário possa identificar o produto médico e o conteúdo de
sua embalagem;
2.3 Quando aplicável, a palavra “Estéril”;
2.4 O código do lote, precedido da palavra “Lote”, ou o número de série, conforme o caso;
2.5 Conforme aplicável, data de fabricação e prazo de validade ou data antes da qual deverá ser utilizado o produto
médico, para se ter plena segurança;
2.6 Quando aplicável, a indicação de que o produto médico é de uso único;
2.7 As condições especiais de armazenamento, conservação e/ou manipulação do produto médico;
2.8 As instruções para uso do produto médico;
2.9 Todas as advertências e/ou precauções a serem adotadas;
2.10 Quando aplicável, o método de esterilização;
2.11 Nome do responsável técnico legalmente habilitado para a função;
2.12 Número de registro do produto médico, precedido da sigla de identificação da ANVISA.
3. Instruções de Uso
O modelo das instruções de uso deve conter as seguintes informações, conforme aplicáveis:
3.1 As informações indicadas no item 2 deste anexo (rótulo), exceto as constantes nas alíneas 2.4 e 2.5;
3.2 O desempenho previsto nos Requisitos Gerais da regulamentação da ANVISA que dispõe sobre os Requisitos
Essenciais de Segurança e Eficácia de Produtos Médicos, bem como quaisquer eventuais efeitos secundários
indesejáveis;
3.3 Caso um produto médico deva ser instalado ou conectado a outros produtos para funcionar de acordo com a
finalidade prevista, devem ser fornecidas informações suficientemente detalhadas sobre suas características para
identificar os produtos que podem ser utilizados com este produto, para que se obtenha uma combinação segura;
3.4 Todas as informações que possibilitem comprovar se um produto médico encontra-se bem instalado e pode
funcionar corretamente e em completa segurança, assim como as informações relativas à natureza e freqüência das
operações de manutenção e calibração a serem realizadas de forma a garantir o permanente bom funcionamento e a
segurança do produto;
3.5 Informações úteis para evitar determinados riscos decorrentes da implantação de produto médico;
3.6 Informações relativas aos riscos de interferência recíproca decorrentes da presença do produto médico em
investigações ou tratamentos específicos;
3.7 As instruções necessárias em caso de dano da embalagem protetora da esterilidade de um produto médico
esterilizado, e, quando aplicável, a indicação dos métodos adequados de reesterilização;
3.8 Caso o produto médico seja reutilizável, informações sobre os procedimentos apropriados para reutilização,
incluindo a limpeza, desinfecção, acondicionamento e, conforme o caso, o método de esterilização, se o produto tiver
de ser reesterilizado, bem como quaisquer restrições quanto ao número possível de reutilizações.
Caso o produto médico deva ser esterilizado antes de seu uso, as instruções relativas à limpeza e esterilização devem
estar formuladas de forma que, se forem corretamente executadas, o produto satisfaça os requisitos previstos nos
Requisitos Gerais da regulamentação da ANVISA que dispõe sobre os Requisitos Essenciais de Segurança e Eficácia
de Produtos Médicos;
3.9 Informação sobre tratamento ou procedimento adicional que deva ser realizado antes de se utilizar o produto
médico (por exemplo, esterilização ou montagem final, entre outros).
3.10 Caso um produto médico emita radiações para fins médicos, as informações relativas à natureza, tipo,
intensidade e distribuição das referidas radiações, devem ser descritas.
As instruções de uso devem incluir informações que permitam ao pessoal médico informar ao paciente sobre as
contra-indicações e as precauções a tomar. Essas informações devem conter, especificamente:
3.11 As precauções a adotar em caso de alteração do funcionamento do produto médico;
3.12 As precauções a adotar referentes à exposição, em condições ambientais razoavelmente previsíveis, a campos
magnéticos, a influências elétricas externas, a descargas eletrostáticas, à pressão ou às variações de pressão, à
aceleração e a fontes térmicas de ignição, entre outras;
3.13 Informações adequadas sobre o(s) medicamento(s) que o produto médico se destina a administrar, incluindo
quaisquer restrições na escolha dessas substâncias;
3.14 As precauções a adotar caso o produto médico apresente um risco imprevisível específico associado à sua
eliminação;
3.15 Os medicamentos incorporados ao produto médico como parte integrante deste, conforme o item 7.3 da
regulamentação da ANVISA que dispõe sobre os Requisitos Essenciais de Segurança e Eficácia de Produtos de
Saúde;
3.16 O nível de precisão atribuído aos produtos médicos de medição.

ANEXO III.C
RELATÓRIO TÉCNICO

1. O relatório técnico deve conter as seguintes informações:
1.1. Descrição detalhada do produto médico, incluindo os fundamentos de seu funcionamento e sua ação, seu
conteúdo ou composição, quando aplicável, assim como relação dos acessórios destinados a integrar o produto;
1.2. Indicação, finalidade ou uso a que se destina o produto médico, segundo indicado pelo fabricante;
1.3. Precauções, restrições, advertências, cuidados especiais e esclarecimentos sobre o uso do produto médico,
assim como seu armazenamento e transporte;
1.4. Formas de apresentação do produto médico;
1.5. Diagrama de fluxo contendo as etapas do processo de fabricação do produto médico com uma descrição
resumida de cada etapa do processo, até a obtenção do produto acabado;
1.6. Descrição da eficácia e segurança do produto médico, em conformidade com a regulamentação da ANVISA que
dispõe sobre os Requisitos Essenciais de Eficácia e Segurança de Produtos Médicos. No caso desta descrição não
comprovar a eficácia e segurança do produto, a ANVISA solicitará pesquisa clínica do produto.
2. No caso de registro de produto médico enquadrado na Classe I, o Relatório Técnico deve conter as informações
previstas do item 1.1 a 1.4 deste Anexo.
Retificação:Republicada por ter saído com incorreção, do origbinal, no D.O. nº.204, de 24-10-2001, Seção 1, pag.54.

Legislação.

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